quarta-feira, 24 de março de 2010

EscreVIVER com Letras

Textos dos acadêmicos de Letras/2010




Belezas femininas

Beleza que passa discreta, exibindo pouco, mostrando apenas suaves contornos, deixando o que se esconde desde os ombros até o tornozelo a critério da imaginação de quem a vê passar, e segue graciosamente sem ter a exata noção de quão bela é.
Beleza moleca, com jeito levado, que deixa sorrisos sinceros, sem malícia, pelo caminho. Despreocupada, leve, talvez com pouca pretensão de ser bela, mas em seu intimo é totalmente conhecedora da magia e da arte de se saber mulher.
Beleza concreta, incontestável, formas, volumes e gestos, fazem até cego olhar para trás e dizer “ual”. Sabe valorizar o que a agrada e esforça-se para melhorar o que não está a seu gosto, essa sim, tem consciência de que é linda, sensual, desejada e gosta de ser assim.
Salve a diversidade, são tão diferentes, cada uma a seu modo, encantando quem olha e arrancando merecidos elogios. Ah! Essas mulheres brasileiras, um charme sem igual.


Daniel A. S.(1º de Letras)



A Preguiça e o Sagui


Estava o bicho-preguiça, tranquilamente movendo-se pela copa de uma figueira, à procura de tenros frutos maduros, que saciassem sua fome. Lenta e minuciosamente, deslizava pelos galhos e, quando achava um figo, esticava com paciência o braço, com suavidade e firmeza apanhava o fruto, e apreciava seu sabor, com quietude.
Por aquela mata, circulava também um sagüi muito traquina, que houve por encontrar-se também naquela figueira, àquela mesma hora. Avistando a preguiça que com vagar recolhia seu alimento, o alegre sagüi resolveu troçar com ela, e antes que o moroso animal alcançasse o fruto para o qual se dirigia, o ágil mico adiantou-se em colhê-lo primeiro. Reparando então a preguiça, no seu companheiro de árvore, considerou que ele devia estar faminto, embora ainda cheio de energia. E continuou, em direção ao próximo figo avistado. Mais uma vez o macaquinho adiantou-se e apanhou o fruto ligeiro, antes da preguiça. Esta nada disse, nem se impacientou, e com sua calma pétrea, foi buscar um outro figo. Novamente o arisco sagüi acelerou-se, e num pulo, frustrou a preguiça em conseguir alimento. Assim continuaram os dois, por um bom período de tempo, o pequeno símio antecipando-se ao alvo da preguiça.
Mas aconteceu que o sagüi começou a chatear-se, pois a sua vítima não parecia se perturbar, e ele já não agüentava mais comer figos, empanturrado. Também não iria jogá-los ao chão, que era ato de muita má-fé. Cansado com a brincadeira que não surtiu a graça por ele desejada, e quase a se irritar, pulou para a ponta de um galho, de lá para outra árvore, onde esperava encontrar alguma diversão, ou reencontrar-se com seu bando.
O bicho-preguiça por sua vez, não se alterou. Continuou placidamente buscando figos, mas enfim novamente alcançando-os. E pensou:
“Pena que meu companheirinho se foi, eu deixo os mais maduros e suculentos para o final, e ele não os vai saborear...”.

Fernando Hardman (1º de Letras)

Um comentário:

Daniel A. S. disse...

Essa Fábulda do Fernando ficou muito boa, muito bem redigida.