Carolina Moraes
Pulmão limpo?
Fumaça invisível,
gripe, engasgo,
BENEGRIPE.
Pulmão saudável?
Fumaça branca,
tosse, coisinha nojenta,
MÉDICO.
Pulmão cinza?
Fumaça fraca,
muita tosse, mindinho roxo,
AMPUTAÇÃO.
Pulmão preto!!!!!!!!!!!!!!
Fumaça letal,
sangue, dor, quimioterapia,
MORTE.
Presídio imoral
Bruna Ventura
Ter uma visão normal
deste mundo desigual,
ver o ser humano
cair em desengano
Fugir da realidade
não ter liberdade
ficar dependente
desta vida entorpecente
Consumo sagaz
nunca financia a paz
presídio da consciência
primeira consequência
Caminho letal
presídio imoral
vida tragada...
vazio na estrada...
Impossível reescrever
o livro da vida
lutar, sonhar, cair,
levantar sem fraquejar
jamais se drogar.
Mistérios
Talita Amanda Barros de Oliveira
Assumi ser assim
certa ou errada
há um mistério em mim.
Olhos cor de mel
detrás da retina esconde fel.
Antes mistério a transparência,
os teus olhos me passam o amor
os meus, inocência.
Dos teus lábios, palavras macias e sussurradas
da minha boca, não sai nada.
Mistério, mistério, oh mistério.
Ao cair a neblina
em companhia da solidão, o desespero
e nessa introspecção de Clarice
percebo os mistério uma tolice.
Você não esconde os olhos,
o sorriso e nem o cabelo
atrás das minhas tranças
escondo o mundo inteiro.
Mistério, mistério, oh mistério.
Em vão te segui
Agora, lágrimas no rosto
transparecem o quanto sofri.
Lábios
Juliana Canavan
Não quero ser poeta
quero ser poema
Deixe-me ser o poema dito
por seus lábios
e
sempre te farei sorrir
Ih! Radiando
Maria Júlia Santos Oliveira
Se por aqui o sol brilha
Por lá ele esmaece
Se do lado de cá o vento é brisa
Por lá, entristece
Aqui, o mar é belo
Lá, o mar é morte
Aqui, os vivos têm dívidas
Lá, sorte
Quando a terra treme aqui
Quer dizer se apaixonar.
Quando a terra tremeu lá,
Fez desesperar
“Mas aqui não tem tragédia”
Como o velho povo dizia
Não se engane mais agora
Fique alerta noite e dia
Se a grande onda chegar
Desde já, não se espante
Com natureza não tem guerra
Ela é só, triunfante
Desafiá-la não vai adiantar
Só piora, é agravante
Será como o povo de lá
Que agora estão, ih! Radiantes
Olhos mentirosos
Diana Gonzaga
E quem disse que os olhos são as janelas d’alma?
A face toda é mentirosa.
A mágoa guardada, a essência esmagada
a dor da perda, a fala presa
Camuflam-se num sorriso cheio de dentes
Quem disse que os olhos são as janelas d’alma?
O cansaço, o segredo
O medo
O calo no dedo
Abrigam-se numa roupa nova, num perfume doce,
Num batom vermelho
Quem disse que são os olhos as janelas d’alma
não sabe que a alma é sombra, procelas
e nesses dias
Fecham-se todas as janelas
Parabéns aos alunos e à professora pelo excelente trabalho!